A técnica de TE em bovinos, ou seja, Transferência de Embriões já é consolidada no melhoramento genético e é bastante usada por médicos veterinários e criadores que desejam alcançar eficiência reprodutiva. Trata-se de uma ferramenta importante para a multiplicação do material genético de fêmeas de alto valor, de forma rápida. Do mesmo modo, outra vantagem dessa técnica é que facilita o seu transporte e comercialização.
Ela possibilita a coleta e a transferência de embriões de fêmeas doadoras (animal com maior valor genético) para as receptoras (barrigas de aluguel). Dessa forma, uma fêmea que naturalmente produziria apenas um bezerro ao ano, tem a possibilidade de aumentar sua produção em mais de 10 produtos anuais. Tudo isso sem a necessidade de gestação e parto.
No entanto, para que a TE em bovinos seja bem-sucedida é essencial acertar na doadora do material genético. É importante ter em mente que a fêmea doadora é a fonte principal do material genético a ser multiplicado. Desse modo, ao selecionar uma fêmea com características geneticamente superiores, pode eliminar o risco de problemas futuros.
Neste artigo, vamos dar algumas dicas para selecionar os melhores animais que seja feito o procedimento de TE em bovinos. Confira!
Dicas para escolher as doadoras
1. Animais geneticamente superiores
O padrão genético da fêmea bovina é essencial para obter animais de boa linhagem. Sendo assim, é importante que o médico veterinário faça uma análise cuidadosa do rebanho que têm a disposição para trabalhar e identifique aquelas que possuem características desejáveis.
A partir de suas características, deve-se proceder com a escolha do touro apropriado para o acasalamento ou inseminação artificial. Vale destacar que é preciso levar em conta também a receptora pois é ela quem vai parir. Desse modo, se for uma novilha, o touro doador não pode produzir bezerros muito grandes, por exemplo. Isso vai facilitar a hora do parto.
2. Escolha animais que não possuam anomalias congênitas
Qualquer problema ou anomalia de origem genética, associada ou não à reprodução, deve ser levada em conta na hora de selecionar o animal para a TE em bovinos. Afinal, se a doadora porta alguma dessas características, a chance de que seja transmitida para a progênie é muito grande. O que certamente prejudicaria os resultados do seu rebanho.
3. Observe o histórico de fertilidade para TE em bovinos
A TE em bovinos não deve ser aplicada em animais com problemas reprodutivos. O ideal é que seja realizada com animais com excelentes índices de fertilidade. O levantamento da vida reprodutiva do animal pode ser feito levando-se o histórico de índices de prenhez, produtos obtidos em gestações passadas, intervalos regulares de ciclos estrais.
Ter acesso a informações sobre a regularidade com que vaca cicla é essencial para saber o momento exato de colocar uma possível doadora em um programa de TE em bovinos
4. Verifique se o trato genital é compatível com a biotécnica
A coleta de embriões é feita por método não cirúrgico, ou transcervical, ou seja, o cateter de coleta é passado pela cérvix. As fêmeas cuja cérvix não permitem este processo, por serem muito pequenas ou tortuosas, não podem ser doadoras. Também qualquer outra alteração, como infecções uterinas, vaginites e outras desclassificam a vaca ou novilha momentaneamente como doadora de embriões.
5. Avalie a condição corporal
A condição corporal dos bovinos é medido a partir do escore corporal que é um dado obtido a partir da avaliação visual ou tátil do estado nutricional dos animais. É uma medida que reflete as reservas energéticas dos animais e utilizada para o manejo nutricional e reprodutivo do rebanho.
O escore corporal está ligado à fertilidade dos bovinos. Nas fêmeas doadoras, pode ser percebido na boa recepção de protocolos de superovulação e na viabilidade dos embriões coletados.
É importante lembrar que o animal não esteja nem magro nem gordo. Ou seja, em uma classificação que vai de 1 a 5, o animal precisa estar entre 3 e 4.
6. Elimine o risco de doenças infecto-contagiosas
Apesar de algumas patologias serem controladas e não serem contagiosas para os descendentes a partir da TE em bovinos, animais que possuem alguma doença relacionada com reprodução podem prejudicar os resultados das biotécnicas. Algumas dessas doenças são brucelose, leptospirose, IBR, dentre outras.
7. Evitar situações de estrese
Entende-se por estresse qualquer condição na qual o animal não esteja em total conforto. Cabe ao técnico responsável pelo programa de TE, indicar o manejo adequado para as doadoras, visando minimizar estas condições. Os principais fatores são: o estresse térmico, pico de lactação em vacas leiteiras, problemas de casco e úbere ou outras patologias, nutrição ruim, mudança de ambiente, etc.
Avaliação reprodutiva em fêmeas bovinas
A avaliação reprodutiva em fêmeas bovinas tanto na seleção de receptoras quando de doadoras é essencial para o sucesso do programa de TE em bovinos.
O objetivo desta estratégia é avaliar a saúde do sistema reprodutivo como um todo, além de determinar com precisão o período do ciclo estral no qual os animais se encontram. Vale destacar que as vacas devem estar sincronizadas na hora de realizar a transferência do embrião.
Para realizar esta etapa o recomendado é fazer uma associação entre o exame de palpação retal e a ultrassonografia. Desse modo é possível enxergar a formação do corpo lúteo assim como o desenvolvimento embrionário.
Como ter sucesso com a TE em bovinos?
Agora que você já sabe como escolher as fêmeas doadoras para TE em bovinos, aqui listamos um resumo dos passos essenciais para ter sucesso na aplicação da biotécnica.
- Tenha cuidado com as instalações;
- Escolha receptoras com cuidado;
- Siga o protocolo hormonal da maneira correta;
- Realize o exame andrológico dos touros reprodutores;
- Faça o controle zootécnico;
- Utilize um ultrassom veterinário como aliado.
Com todas essas dicas, alcançar a eficiência na realização de da TE em bovinos será muito mais fácil. Se você quiser mais sobre reprodução bovina, veja nossa sessão sobre Reprodução Bovina.
Fonte: BeefPoint
