Lombalgia em equinos: saiba por que o diagnóstico precoce é essencial!

Lombalgia em equinos

Os equinos são animais pesados que são submetidos a atividades físicas intensas ao longo dia. E não é a toa que doenças relacionadas ao sistema locomotor ou de origem estrutural são bastante comuns prejudicam o seu desempenho. Uma dessas doenças é a lombalgia em equinos, desordem com sinais pouco evidentes mas que pode comprometer e muito o desempenho do animal.

A lombalgia é um distúrbio funcional ou estrutural na coluna vertebral dos equinos. Ela pode ser tanto congênita como adquirida. E, na maioria das vezes, a dor lombar gerada é a principal causa da queda no desempenho dos animais atletas. Outra consequência do problema é a claudicação – ou manqueira – um dos principais problemas locomotores em equinos.

As principais lesões que levam ao surgimento da lombalgia em equinos estão relacionadas com distúrbios na coluna vertebral. Na maioria dos casos, o animal começa a sentir muita dor. Dessa forma, apresentam dificuldade de praticar suas atividades e acabam desenvolvendo a claudicações, que são difíceis de serem caracterizadas. 

Do mesmo modo, identificar a localização exata da lesão também é uma tarefa complicada. Nesses casos, é preciso fazer uma associação de exames físicos aliados ao diagnóstico por imagem para, assim, ter informações mais precisas sobre o problema. 

Neste artigo, vamos abordar os principais sinais clínicos da lombalgia em equinos, exames adequados e quais as indicações de tratamento. Confira!  

Sinais clínicos da lombalgia em equinos 

O principal desafio é a identificação e diagnóstico da lombalgia em equinos. Isso acontece pois a patologia não apresenta sinais clínicos específicos, que ajudem a caracterizar a dor. Além disso, os sintomas apresentados pelos os animais também podem estar associados a outros problemas. 

Em todo caso, é com que, animais com lombalgia apresente os seguintes sinais, de forma isolada ou em conjunto: 

  • Ranger de dentes;
  • Assimetria muscular;
  • Relutância em recuar;
  • Mudanças na maneira de saltar;
  • Claudicações sem alterações nos membros. 

Exames essenciais para o diagnóstico 

Por ser de difícil identificação, o diagnóstico da lombalgia em equinos deve ser completo e levar em consideração diversos aspectos. Confira cada um dos exames essenciais a seguir! 

Exame clínico

O exame clínico tem como objetivo determinar se  a dor está presente, a localização da lesão e a sua provável causa. 

Inicialmente, o médico veterinário precisa visualizar o animal em repouso. Para isso, o animal deve ficar de pé, relaxado e em apoio quadrupedal sobre uma superfície lisa e plana. A observação deve ser feita, primeiramente, a distância e, em seguida, mais próximo do animal para avaliar a sua condição corpórea, sua atitude e simetria muscular. 

Inspeção 

Essa etapa é feita com o objetivo de analisar o alinhamento da coluna vertebral. Nos equinos, as curvaturas mais comuns são a cifose lombar e lordose torácica. Ambas podem acometer o animal ao mesmo tempo. Portanto, identificar curvaturas anormais e áreas de atrofia dos músculos é importante para perceber sinais de que o animal é portador de alguma lesão na região. 

É importante lembrar que áreas de edemas e falhas de pelos também devem ser observadas pois podem indicar mau ajuste da sela no animal ou uma má posição do cavaleiro sobre o animal. Esses sinais têm possibilidade de causar a lombalgia. 

Palpação

A palpação do local afetado é essencial para identificar anomalias ou focos de dor no lombo do animal. No entanto, é essencial que o animal esteja tranquilo e adaptado à presença e ao toque do examinador para evitar falhas e reações de dor. 

O exame deve ser feito na linha média dorsal, local onde se avalia o ligamento supraespinhoso observando se há a presença de  massas, lacerações, fibroses, aumento de volume local e sensibilidade dolorosa, e a região paravertebral. 

Já na avaliação da musculatura epaxial, deve ser observada a presença de alterações de tonicidade, quanto a presença de alterações de tonicidade, temperatura, fasciculações e dor. 

A palpação transretal pode ser utilizada  para identificar dor nas estruturas profundas, como músculos hipaxiais e corpos vertebrais, da região lombar. 

Testes de mobilidade

A estimulação da mobilidade da coluna vertebral é essencial para avaliar a quantidade de movimento permitida pelo equino e para observar manifestações de dor durante a movimentação tais como: 

  • tensão da musculatura; 
  • movimentos da cauda; 
  • flexão dos membros; 
  • alterações de comportamento; 
  • tempo gasto para retornar à posição de equilíbrio. 

Exame durante o movimento

A avaliação do animal durante o movimento é importante para observar sinais de dor ou alterações funcionais. Devem ser observados o comportamento do equino enquanto ele anda, trota ou galopa além de movimentos em linha reta e círculos. 

Durante o exercício, observa-se a existência de rigidez do dorso, principalmente quando o animal é forçado a virar, bruscamente, de um lado para o outro. A lombalgia também pode influenciar na amplitude e arco do passo, resultando em um andamento mais rígido.

Diagnóstico por imagem

As lesões e disfunções que causam a lombalgia também podem ser identificadas com o auxílio da ultrassonografia veterinária. Com esse exame é possível avaliar a composição dos tecidos e a presença de alterações que podem estar causando dor no animal. Além disso, a utilização do ultrassom veterinário com doppler é essencial para observar a mudança do fluxo sanguíneo na região. 

Outro exame complementar é a termografia pois revela  alterações fisiológicas, antes que elas apareçam como sinais clínicos ou como anormalidades. 

Indicações de tratamento

O tratamento da lombalgia em equinos é um pouco controverso uma vez que o próprio diagnóstico nem sempre é feito com precisão. 

Normalmente, o problema é tratado oferecendo o suporte para que o animal se livre da dor o quanto antes. Além de evitar que o cavalo pratique atividades intensas, algumas condutas normalmente são adotadas, tais como: 

  • Tratamento sistêmico: indicações de medicamentos adequados; 
  • Terapias alternativas: acupuntura, crioterapia, quiropraxia; 
  • Fisioterapia;
  • Modificações no treinamento; 
  • Tratamento cirúrgico para correção das vértebras.

Vale lembrar que cada animal possui necessidade diferentes de tratamento. Por isso, é essencial fazer o diagnóstico completo. Afinal, quanto antes for detectado o problema, menores as chances de que o animal perca rendimento e qualidade de vida. 

Se você gostou desse assunto, temos mais uma dica de conteúdo: Acesse o nosso artigo sobre Ultrassonografia em equinos e saiba as possibilidades que essa técnica oferece para o cuidado animal!

Fonte: Escola do Cavalo e Pub Vet

Equinos

Atualizado em: 20 de janeiro de 2022