Entenda os desafios do diagnóstico da pancreatite felina!

pancreatite felina

Nos gatos, a doenças gastrintestinais constituem uma das três principais causas de mortalidade. São, também, um grande desafio para quem atua na área. Uma doença bastante comum relacionada ao trato gastrointestinal é a pancreatite felina. 

O pâncreas é uma glândula anexa ao intestino delgado (duodeno) e tem duas porções distintas. Dessa forma, cada uma delas desempenha atividades diferentes. Enquanto o pâncreas endócrino é responsável pela produção hormonal, sendo um dos mais importantes a insulina, o pâncreas exócrino produz enzimas digestivas. O problema é que o desenvolvimento e a anatomia dessa glândula nos felinos são propícios para  desenvolvimento de patologias, como a pancreatite. 

Um dos grandes desafios relacionados a essa doença no pâncreas é a incerteza do diagnóstico. Uma vez que assume características e sintomas bem diversos. Muitas das quais presentes em mais de uma patologia relacionada ao trato gastrointestinal. 

Ficou interessado no assunto? Continue a leitura e saiba como identificar a pancreatite felina!

É ou não é: quais são os sintomas da pancreatite felina?

A pancreatite felina é um tipo de inflamação no pâncreas dos animais. É uma doença frequente e ocorre quando há uma ativação inapropriada das enzimas digestivas ainda dentro do tecido pancreático. 

Nos gatos, essa doença pode assumir sintomas bem variados, desde anorexia e dor abdominal, vômitos, icterícia e até reações locais e sistêmicas graves, que podem levar até a morte. Também pode levar ao desenvolvimento do diabetes mellitus e lipidose. 

O grande desafio, no entanto, é que esses sintomas podem estar associados a outros problemas gastrointestinais, como gastroenterites e colangites. Também podem causar sintomas relacionados a outros sistemas como o tromboembolismo, edema pulmonar, efusões pleurais e alterações eletrolíticas. 

Portanto, não existem sinais exclusivos da  pancreatite felina. Ela deve ser considerada sempre que o animal apresentar um conjunto de alterações que não se encaixam no diagnóstico de outras patologias. Especialmente quando o felino já tiver idade mais avançada. 

Na grande maioria dos casos, não é possível definir a causa exata da pancreatite. Entretanto, alguns fatores podem influenciar no seu surgimento, como: 

  • idade, com ocorrência mais frequente a partir dos 7 anos; 
  • genética (principalmente na raça siamês; 
  • ingestão aumentada de alimentos gordurosos; 
  • trauma ou isquemia do pâncreas; 
  • refluxo duodenal; 
  • ingestão de alguns fármacos ou toxinas; 
  • obstrução do canal pancreático; 
  • hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue); 
  • doenças infecciosas; 
  • presença de parasitas; 
  • inflamação em outros órgãos do sistema gastrointestinal.

O desafio de diagnosticar essa doença

Como os sintomas da doença não são suficientes para um laudo conclusivo, quando houver suspeita de pancreatite em felinos devem ser feitos alguns exames. 

Os exames bioquímicos podem demonstrar alterações como hipoalbuminemia e hipercolesterolemia, hiperglicemia, hipocalemia, hipocalcemia. Esses indicativos, quando avaliados juntos, podem aumentar a suspeita da ocorrência do problema. 

Nesse sentido, a melhor forma de avaliar se há ou não um problema no pâncreas nos gatos é por meio da ultrassonografia abdominal. Esse exame tem como objetivo confirmar a suspeita e descartar alterações em outros órgãos, como fígados e intestino. 

Entretanto, vale destacar que, mesmo quando o exame de ultrassonografia veterinária está “normal”, a ocorrência de pancreatite não deve ser descartada. Quando isso ocorre, mas o médico veterinário ainda tem suspeitas, deve ser solicitado um teste específico para a doença, que é o teste de imunorreatividade da lipase pancreática felina

Possíveis tratamentos e prognóstico 

A pancreatite felina não possui um tratamento específico, assim como também não tem cura por completo. O que existe é o manejo dos desequilíbrios hídricos e eletrolítico, tratamento sintomático para náuseas e vômitos, analgesia visceral proporcional às manifestações de dor do animal e desenvolvimento de uma estratégia de suporte nutricional. 

Animais que desenvolvem a doença devem ter uma dieta reduzida de gordura e suplementação com a vitamina B12. 

O prognóstico da doença vai depender da existência de complicações relacionadas à pancreatite,complicações sistêmicas ou que apresentem a combinação de mais de uma doença. 

Em todo caso, o médico veterinário precisa estar preparado para atender pacientes com pancreatite felina. Para saber mais sobre outras aplicações da ultrassonografia veterinária, acesse nosso Guia Gratuito para uso em pequenos animais, clicando aqui.

Fonte: Revista Cães e gatos


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Atualizado em: 23 de junho de 2022