Entenda os desafios da neurologia veterinária!

O sistema nervoso dos pequenos animais é composto por tecidos delicados que são responsáveis pela coordenação dos músculos, movimentação de órgãos e geração de estímulos corporais diversos. O problema é que, por serem muito sensíveis, podem acabar sofrendo lesões e causar complicações. E é por isso que a área da neurologia veterinária surgiu. 

A neurologia veterinária é uma especialidade responsável por solucionar as complicações devido a falha no sistema nervoso de cães e gatos. Por tanto, deve compreender os caminhos para encontrar as diferentes patologias e amenizar as consequências geradas por tais problemas. 

Apesar de estar em crescimento, essa é uma área que enfrenta ainda alguns desafios, principalmente no que diz respeito das neuropatias. Tendo isso em mente, neste artigo vamos falar um pouco dessa área, principais doenças neurológicas e quais são as ferramentas mais indicadas para diagnosticá-las. Confira! 

O que é neurologia veterinária?

A neurologia veterinária é uma área que engloba as avaliações e tratamentos de problemas que envolvem todo o sistema nervoso central, que é composto por medula espinhal, cérebro, cerebelo, sistema nervoso periférico (nervos, fibras motoras e sensitivas) e tronco encefálico. Além disso, também trata de alterações como a hérnia de disco e epilepsia em pequenos animais, por exemplo. 

De modo geral, o sistema nervoso de cães e gatos é complexo e delicado. No entanto, uma parte significativa das doenças e problemas nesses animais podem ser tratadas e melhoradas de maneira significativa. Principalmente quando do diagnóstico é feito de maneira precoce. Já que, com isso, o tratamento pode ser iniciado imediatamente. 

No entanto, as disfunções neurológicas também podem ser responsáveis por provocar sequelas permanentes nos animais que não tiverem o atendimento adequado de maneira rápida. 

Felizmente, a área já conta com tecnologia avançada para o diagnóstico com exames de imagens cujos resultados são cada vez mais claros. A seguir, veja quais as principais doenças e como o diagnóstico pode ser feito! 

Principais doenças do sistema neurológico

Pode-se classificar as doenças do sistema nervoso de três formas distintas que são: neuropatias, miopatias e juncinopatias. Todas são doenças do sistema nervoso periférico e localizadas em regiões distintas e com etiologias diferentes. Elas podem ter causas traumáticas, vasculares, neoplásicas, metabólicas , infecciosas ou hereditárias. 

Neuropatias

As neuropatias são doenças que têm origem em problemas de funcionamento dos nervos. Podem também se apresentar de forma focal ou difusa, dependendo do agente causador.Com por exemplo, a paralisia facial idiopática ( lesão no nervo facial). 

Assim, as neuropatias são desencadeadas a partir de um grupo de nervos de uma mesma região ou de vários nervos de todas as regiões do corpo do paciente, como a polirradiculoneurite aguda idiopática. 

Juncinopatias

Já as juncinopatias são doenças que ocorrem na junção neuromuscular, que é a região na qual ocorre a junção de nervos e músculos. Essa junção é formada por um neurônio pré-sináptico, que com o potencial de ação, ativa a vesícula sináptica para que libere o neurotransmissor. 

Alguns exemplos de doenças pré-sinápticas são o botulismo, paralisia por carrapato e os acidentes ofídicos. Já as doenças pós-sinápticas podem ser exemplificadas com a miastenia gravis a intoxicação por organofosforados. 

Miopatias

As miopatias são afecções e lesões nas fibras musculares e podem ser classificadas em três grupos: inflamatórias, metabólicas e hereditárias

De maneira geral, as neuropatias  são as alterações neuromusculares mais comuns, quanto que juncinopatias e miopatias são bem mais raras. Além disso, os agentes causadores também podem ser os mesmos ou diferentes. 

O desafio de diagnosticar doenças de origem neurológica

Na neurologia veterinária, o meio de diagnóstico é diferente e específico para cada etiologia e região do sistema nervoso. No entanto, na prática, os sinais neurológicos são bastante semelhantes. Por isso, a investigação deve sempre partir de um ponto mais abrangente a fim de procurar possíveis causas. 

A abordagem do paciente com suspeita de alguma alteração neurológica deve se iniciar de forma abrangente, identificando o paciente. Isso porque, algumas doenças são mais comuns em determinadas raças, idade ou sexo. Os exame laboratoriais não são muito úteis para identificar a causa da neuropatia periférica. 

Por outro lado, a radiografia e a tomografia podem também serem usadas na neurologia veterinária. Apesar de não serem métodos tão sensíveis para avaliar tecidos moles, auxiliam indiretamente na identificação de lesões em tecidos adjacentes ao nervo.  

Já o ultrassom veterinário é utilizado para a avaliação morfológica de alguns segmentos que fazem parte do plexo braquial e lombossacro mas, para isso, demanda muita experiência do médico veterinário que está utilizando. 

A ressonância magnética é, então, um dos principais métodos de diagnóstico na neurologia veterinária. Ela é ideal para o diagnóstico de doenças compressivas ou neoplasias do nervo periférico e nas lesões de orelha média e interna. No entanto, é limitado nas demais causas de neuropatias. 

Nesse contexto, a eletroneuromiografia é uma importante ferramenta tanto para o diagnóstico como para o prognóstico, pois é sensível e precoce. Com ele é possível identificar alterações em nervos periféricos e nos músculos. Na maioria dos casos são necessárias biópsias do tecido muscular e do nervo. 

Tratamento

É importante lembrar que, na maioria dos casos em neurologia veterinária, vai depender do agente causador. Por isso, é essencial utilizar os meios de diagnóstico disponíveis para identificar a causa da neuropatia. 

Viu só como conhecer as diversas ferramentas de diagnóstico por imagem é essencial para quem atuar com neurologia? Conheça Cenva Pós-Graduação em Diagnóstico por Imagem em Pequenos Animais, um treinamento prático, intensivo e individual com todo conhecimento que você precisa! Clique no abaixo e saiba mais! 

pós em diagnóstico por imagem em pequenos animais

Fonte: Revista Cães e Gatos