Entenda mais sobre o diagnóstico da cardiomiopatia dilatada em cães!

Os cães, principalmente as raças maiores, estão sofrendo cada vez mais com problemas cardíacos. Na maioria das vezes, estão ligados à maior expectativa de vida dos animais ou fatores congênitos. A cardiomiopatia dilatada em cães corresponde hoje a uma das principais doenças relacionadas ao coração nesses animais.

A cardiomiopatia dilatada em cães (CMD), é uma doença cardíaca crônica que acontece quando o músculo cardíaco está fino e enfraquecido, prejudicando o processo de contração.

É comum que as raças caninas mais afetadas sejam as de grande porte ou gigante. Alguns exemplos são:  Doberman, Irish Wolfhound, Dog alemão, Boxer, São Bernardo, Afghan Hound,e Old English Sheepdog. 

Apesar do maior número de casos identificados em animais de grande porte, a cardiomiopatia dilatada em cães também afeta os animais menores.  Nesta categoria é mais comum acontecer em raças como Cocker, Spaniels Americano ou Inglês.

Confira nesse artigo detalhes sobre as causas, diagnóstico e o tratamento nos casos de cardiomiopatia dilatada. 

Causas da cardiomiopatia dilatada em cães

A insuficiência cardíaca acontece quando o sangue que volta de outras partes do corpo para o coração não é bombeado de forma rápida o suficiente. Dessa maneira, não consegue atender as demandas dos tecidos do organismo.

Nesse sentido, a cardiomiopatia dilatada em cães é uma das causas da insuficiência cardíaca. Ela acontece quando há variações no tecido muscular que dificultam o bombeamento do sangue.

Nesse problema, as câmaras cardíacas se dilatam ou aumentam e o músculo do coração se torna mais fino e enfraquece, contraindo-se com muito menos vigor do que o normal.

Um dos primeiros sinais de anormalidade que surgem nos cães é o mau funcionamento dos ventrículos, já que o coração está fraco. Enquanto o ventrículo esquerdo bombeia o sangue do pulmão para o corpo, o direito faz o caminho inverso. 

Com a falha no coração, o animal pode apresentar alguns sinais como fraqueza, baixa resistência a exercícios, desmaios e choque. 

A cardiomiopatia dilatada também pode causar deficiências na válvula cardíaca, arritmias e as reações orgânicas  compensatórias da atividade cardíaca reduzida. É importante lembrar que arritmias ventriculares podem, muitas vezes, resultar em morte súbita, especialmente em Boxers e Dobermans. 

Como diagnosticar a patologia?

Sinais

A cardiomiopatia dilatada em cães apresentam alguns sintomas muito associados a insuficiência cardíaca do lado direito, tais como:

  • aumento do abdômen,
  • distensão das veias do pescoço ou de outras partes do corpo 
  • e retenção de líquido no abdômen ou tórax, na membrana do coração (pericárdio) ou sob a pele, especialmente nas pernas e na parte de baixo do corpo. 
  • aumento de peso, em caso de retenção de líquidos
  • evidências de problemas pulmonares,como dificuldade de respirar, pouco fôlego, dificuldade de posição para dormir e tosse.

Em alguns casos, os animais têm sintomas relacionados com a pouca circulação de sangue nos tecidos. Tais como membranas pálidas ou com coloração azulada e frieza nas extremidades. Podem ocorrer desmaios se houver arritmia, ou se a atividade cardíaca estiver muito reduzida.

O grande problema é que, em estágio inicial, nem sempre a avaliação do cão demonstra alterações significativas. Por isso, são necessários alguns exames complementares. 

Métodos de diagnóstico

Raio X

O raio X do tórax é uma ótima opção para observar o aumento do volume do coração e alterações em vasos sanguíneos. Além disso, caso haja alguma alteração, pode ser identificado o acúmulo de líquido dentro e em volta dos pulmões. Por isso, esse método pode ser utilizado, sobretudo em estágios mais avançados.

Ecocardiograma

Mas, o exame mais preciso para o diagnóstico de cardiomiopatia dilatada em cães é o ecocardiograma, que é uma ultrassonografia do coração. Esse exame tem como função avaliar o coração do animal, levando em conta os seguintes aspectos: 

  • tamanho e função das câmaras que constituem o coração, os átrios e ventrículos; 
  • espessura das paredes; 
  • integridade e movimentação das válvulas cardíacas; 
  • padrões de fluxo sanguíneos; 
  • avaliação das veias cavas veias pulmonares, artéria pulmonar e aorta; 
  • análise do pericárdio; 
  • indicadores de função ventricular. 

Já o ecodopplercardiograma, que é uma ultrassonografia com o recurso Doppler pode ser usada para estabelecer a gravidade das anormalidades valvulares, com base nas alterações do fluxo sanguíneo no coração. Quando esses dados são reproduzidos no monitor do equipamento permite fazer uma avaliação de forma não invasiva do tempo, direção e características do fluxo sanguíneo dentro do coração e dos grandes vasos. Pode ser do tipo pulsado, colorido ou contínuo, dependendo do equipamento utilizado.

Eletrocardiograma

O eletrocardiograma é um exame que monitora a atividade elétrica do coração. É um procedimento simples utilizado para o prognóstico e controle de doenças cardíacas assim como sistêmicas. Como alterações eletrolíticas. Esse exame é rápido e indolor pois consiste em colocar eletrodos em determinadas partes do corpo do animal e registrar por meio de ondas a atividade elétrica gerada na região. 

Tratamentos possíveis e prognóstico

Na maioria dos casos, a cardiomiopatia dilatada em cães não apresenta cura ou regressão significativa da condição. No entanto, médicos veterinários trabalham para melhorar a qualidade de vida dos animais. Para isso, é preciso monitorar o nível de progressão da doença com frequência e indicar os medicamentos adequados para amenizar algumas reações hormonais e neurológicas que favorecem o agravamento.

Os animais que são diagnosticados com essa patologia devem ser tratados com o objetivo de corrigir os distúrbios causados pela condição e a fim de proporcionar: 

  • aumento da força de contração do músculo do coração
  • diminuição do acúmulo de sangue nos pulmões
  • alívio do desconforto
  • melhoria da qualidade de vida.
  • mais tempo de sobrevida.

Portanto, é essencial orientar os tutores quanto a necessidade de realizar exames periódicos em cães com mais de cinco anos. Dessa forma, há mais chances de diagnosticar alguma alteração precocemente e assim, prescrever o tratamento mais adequado. Além disso, é importante é evitar que os animais que possuem históricos ou são portadores da doença se reproduzam, diminuindo a incidência de novos casos.

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Fonte: Revista Veterinária e Renal Vet