Como funciona aspiração folicular para FIV em bovinos?

Aspiração folicular em bovinos

As aspiração folicular em bovinos têm ganhado grande destaque na pecuária nacional. Isso porque, a área da reprodução bovina cresceu significativamente nos últimos anos. Principalmente em virtude da maior demanda pelo nascimento de animais com características genéticas superiores. Soma-se a isso o desejo de produtores e veterinários estarem em busca de uma maior taxa de prenhez por ano. O que só é possibilitado com técnicas avançadas de manejo reprodutivo.

Você já conhece essa técnica? Sabe como funciona? Neste artigo vamos explicar um pouco sobre a aspiração folicular e como ela é feita. E claro, ainda comentar os principais erros cometidos na aplicação da técnica. Ficou curioso? Então continue a leitura!

O que é aspiração folicular para FIV?

A aspiração folicular em bovinos é uma biotécnica reprodutiva moderna que tem como objetivo coletar os oócitos das vacas para serem fecundados em laboratório e transplantados para uma fêmea receptora. Tudo isso para para se obter animais de alto padrão genético, fruto de doadores que não necessariamente estejam no mesmo local físico.

No entanto, antes de explicar o que é aspiração folicular propriamente dita é importante entender o que é a Fertilização in vitro (FIV). Esta biotécnica tem como objetivo acelerar a produção de animais com características genéticas superiores em um menor tempo.

Para isso, o médico veterinário deve seguir algumas etapas. Primeiramente, deve ser feita a coleta de óvulos de fêmeas doadoras (aspiração folicular). Em seguida, esse material é tratado e então, faz-se a fertilização artificial. Por fim, deve-se completar o procedimento com a transferência de embriões para a fêmea receptora.

Nesse processo, a aspiração folicular é essencial. Afinal, essa é uma biotécnica que tem como objetivo a retirada dos óvulos imaturos dos ovários das vacas. Esse procedimento normalmente é orientado pelo ultrassom veterinário.

Vantagens da Aspiração Folicular em Bovinos

O procedimento pode ser aplicado em fêmeas pré-púberes, recém paridas, já inseminadas e até mesmo em gestante, até 3 meses ou desde que tenha acesso aos ovários. As principais vantagens dessa técnica são:

  • Aumento do número de embriões produzidos por uma mesma doadora;
  • Menor intervalo entre as coletas;
  • Alta qualidade genética do embrião;
  • Maior resistência à criopreservação (congelamento do embrião);
  • Facilidade de comercialização do embrião;
  • Aproveitamento dos eventos fisiológicos do animal, como o ciclo estral;
  • Maior aproveitamento das fêmeas que, mesmo tendo bons óvulos, não são adequadas para a gestação (vacas mais velhas ou com histórico ruim).

Como fazer o procedimento?

A aspiração folicular deve, antes e tudo, começar com uma criteriosa avaliação das fêmeas doadoras. Além do padrão genético, deve-se observar características como a sua produtividade, ou seja, a capacidade de entregar gestações bem-sucedidas. E, também, avaliar as suas características ovarianas.

A aspiração folicular para FIV guiada por ultrassonografia é a forma mais eficiente de se coletar as células reprodutivas das fêmeas.

Esse método consiste em coletar, por meio da punção folicular, de forma repetida os oócitos dos folículos produzidos pelo útero da fêmea bovina. Essas estruturas são visualizadas pela tela do ultrassom para garantir maior precisão. Isso pois, as células devem ser coletadas quando tiverem maduras o suficiente para passar pelo procedimento.

De maneira resumida, para fazer a aspiração é preciso higienizar o reto e a vulva da fêmea e em seguida, introduzir a agulha de punção apropriada acoplada ao transdutor em sua vagina para fazer a coleta. Enquanto isso, o médico veterinário deve fazer a palpação retal para identificar a posição dos ovários e ir guiando o ultrassom. O próximo passo é aspirar os ovócitos e então armazenar longe dos raios solares.

Ao chegar no laboratório, o material é analisado e é preparado para fertilização ou para criopreservação.

Principais erros na aspiração folicular

A aspiração folicular é um processo delicado. Por essa razão, qualquer erro pode colocar em risco o trabalho do veterinário e as expectativas do produtor. Além disso, caso o profissional não domine a técnica pode ainda causar acidentes, como a perfuração do útero da fêmea. 

Desse modo, um dos erros que são fatais é a escolha equivocada das fêmeas que participarão do processo. A doadora precisa ter um alto score corporal e características genéticas que sejam interessantes para os objetivos do proprietário.

Da mesma forma,  as receptoras não podem ter problemas reprodutivos ou características reprodutivas indesejáveis. Alguns exemplos são casos recorrentes de aborto ou histórico de negação do aleitamento da cria. Tais questões podem colocar em risco o sucesso da FIV. 

Na maioria das vezes a escolha errada acontece devido a falta de experiência em realizar a palpação retal e a ultrassonografia veterinária

Falando nisso, outro erro crucial na aspiração folicular é o uso inadequado do ultrassom veterinário ou falta de conhecimento da técnica no momento da aspiração.

Também, é preciso evitar a aspiração frequente no mesmo animal. O ideal é que cada vaca seja aspirada entre 3 a 4 vezes por estação de monta, respeitando o intervalo médio de 15 dias entre cada uma para que haja a cicatrização. Isso também vai evitar o surgimento de cistos ovarianos, anestros ou lesões.

E aí, o que achou de saber mais sobre a aspiração folicular para a FIV? Em uma área tão lucrativa e competitiva, vale a pena investir mais em conhecimento e tecnologia para se destacar!

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Fonte: Revista Veterinária e CPT Cursos Presenciais

Bovinos

Atualizado em: 29 de março de 2021